segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Domingo XXVIII do Tempo Comum


Mais gratidão, mais coração, mais glória a Deus

Lc 17,11-19:Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus para lhe agradecer”.

A salvação acontece em Cristo. Esta é a verdade explicitada pelo episódio do leproso que depois de ser curado fisicamente por Jesus, volta para junto D’Ele para lhe agradecer e para que n’Ele seja salvo. Jesus toca também a nossa existência mais profunda, de muitos modos. Por isso somos convidados a sentir o toque existencial de Cristo nas nossas vidas.
S. Lucas fala-nos abertamente da nossa indiferença, da incapacidade de gratidão. Por vezes somos mesmo ingratos para com Deus e para com os outros. Mas a liturgia do XXVIII Domingo fala-nos, do tema da gratidão, e da importância de dilatarmos o nosso coração para um amor maior.
A questão principal, é mesmo a dimensão do nosso coração. E a verdadeira dimensão do nosso, ninguém a pode limitar a não ser que desistamos de o alargar! É preciso cuidar o nosso coração, porque ele é o símbolo íntimo de cada um de nós, onde a alma é ela própria e o amor o seu alimento.
Mas será que exercitamos verdadeiramente o nosso coração? Às vezes, parece que se aceita, desde muito cedo, o seu tamanho como definitivo, cultivando um egoísmo, uma indiferença, uma auto-suficiência, que fazem dele uma gaiola fechada e não uma casa aberta aos outros. Enchemo-lo de tanta coisa e não lhe damos horizontes, ou não lhe damos possibilidade de se expandir, de ser mais coração.
O coração, de cada ser humano, não morre nem nasce do mesmo tamanho: ou se expande e dilata pela força do amor, do serviço, da entrega ou definha pela rotina egoísta e mesquinha. E o que é que nos faz maiores do que alguma vez sonhámos? É o Amor! Quando nos pede para abraçar a vida com coragem, esperança e alegria, para nos abrirmos aos irmãos e lutar pela sua e nossa felicidade.
Jesus, com o Seu grande Coração, aproxima-se dos leprosos e, através do acolhimento e amor, cura-os, liberta-os da lepra. Apenas, um só volta atrás para agradecer. O seu agradecimento, a gratidão, ajuda-o a dilatar ao máximo o seu coração e predispõe-no a uma maior comunhão com Jesus.
Como podemos celebrar e viver a Eucaristia se não temos nada para agradecer? Termino com uma frase que li uma vez: “Como eu gostaria que o meu coração funcionasse na alta tensão do Amor de Cristo”. A questão de fundo é a dimensão do coração, para ser mais coração!

P. Hermínio Vitorino, sj 



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