domingo, 23 de novembro de 2014

FESTA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO,


Ao celebrar a festa conclusiva do Ano Litúrgico com a afirmação da Festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, partilho convosco um título que sempre gostei para meu uso pessoal, repondo um título que há muitos anos me chamou a atenção e me confortou:


JESUS CRISTO – CENTRO  dos CORAÇÕES.

Através da estátua do Cristo Rei, tanto no Rio de Janeiro, (então cidade+capital dos Estados Unidos do Brasil,) como de Almada…Lisboa, …Covilhã, e … todo o nosso país, - gosto de ‘sentir’ a presença+olhar de Cristo; olhar+abraço.
Dei-me conta interiormente da novidade destas “estátuas” de Cristo Rei – (a de Lisboa poderíamos dizer que além de homónima e “gémea inspirada” na do Rio de Janeiro:  NÃO TÊM COROA  - E a de Lisboa … tem cá fora o Coração.
Os escultores inovaram por deficiência ou propositadamente ?
Talvez quisessem afirmar mais o olhar+abraço de Cristo do que o seu Senhorio, o Domínio, Realeza ou Poder.
Isto foi o que mais me atraíu e ainda hoje me atrai e espero que me atraia sempre.

Não tem coroa de reinado, ou império, acentuando mais fortemente o abraço que nos acolhe ou recolhe cada dia (- quer olhemos quer andemos ocupados e… sem visão.)
Tenhamos, no entanto, esta certeza psíquico-espiritual: o Seu olhar+abraço acompanha-nos, desde o início das nossas vidas, mais com Amor do que em leitura condenatória de Juiz…
Ele tem autoridade, como Fonte de Vida e de Imortalidade; mas tem mais afecto e compreensão, porque nos conhece como irmãos (Mt.12,46-50;
aceitou viver+partilhar tudo connosco – excepto o pecado (Heb 4, 15; )

Ele é Fonte de Inspiração para a toda a actividade humana – mesmo aquela que deveria significar mais serviço do que domínio, senhorio, lucro ou vantagem.
Na manhã de Sexta-feira Santa, Jesus respondeu a Pilatos: ”Não terias poder algum se te não fosse dado do alto”. (Jo 19,10-11)
Assim deixou que cada ser humano se sentisse actor e desfazedor dos ídolos do poder:
Também o povo=a soldadesca, manifestou a sua profunda repulsa pelos poderes ao vesti-Lo com um manto sujo, pôr-lhe uma cana na mão e uma coroa de espinhos na cabeça. Ajoelharam-se… desrespeitando-O mil vezes.
E a resposta foi: não abandonar até final este símbolo (coroa).
Acrescentou uma leitura profunda ao título da sua condenação. Esse título jurídico de condenação e inglória tornou-se num título de Glória Eterna e Verdade para o povo – Jesus Nazareno Rei dos Judeus. (Jo 19,19-22)
Porquê ?
- Como Filho de Deus, sabe com que Amor Deus Pai criou o mundo e nos criou;
- Como Homem, viveu e sentiu até ao extremo o exercício=resultado do poder sobre Si;

Se o Amor, sem pieguices ou limitações, é a Plenitude e o topo máximo do altar humano, então Ele é, e ficou para sempre, como (… o Amigo e Mestre – CENTRO dos CORAÇÕES.
Durante esta semana procuremos+deixemos que Ele seja Rei,
mas sobretudo o CENTRO dos nossos Corações.


NB. - Aos montes ou colinas já de si naturais, acrescentaram os artistas um trono nosso.

Talvez para Cristo Rei ver e nós vermos com Ele, como são lindas as nossas cidades+capitais e os nossos países. E os países de todo o mundo.
Mas além de lindas, são também “pequeninas” na sua função e autoridade de “capital”…
Mas são importantes para o coração de Jesus ver como nela vivem os irmãos e os amigos de Jesus (“ Não vos chamo servos, mas amigos porque tudo quanto ouvi de Meu Pai vo-lo dei a conhecer.”  Jo. 15,15)
O Cristo-Rei (de Almada, de Lisboa, do Pragal, do nosso País…, da Covilhã…) não tem Cruz como no Calvário, não tem Título como na Cruz de Jerusalém, tem roupagem diferente, não igual à da Cruz… Tudo isto porquê ?

Meditemos e encontremos as nossas respostas.

Padre Henrique Rios, sj


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