sábado, 26 de dezembro de 2015

 

NATAL 2015
“Rorate, Coeli desuper 
E nubes pluant justum”

À volta do Presépio, celebramos hoje o acontecimento do nascimento de Jesus. A alegria invade o coração daqueles que, durante algum tempo, nos fomos preparando para comemorar, de novo, este mistério grande e sublime o da Incarnação do Filho de Deus. Diante do mistério, somente podemos calar-nos, guardar silêncio e deixar-nos penetrar por essa presença única que tudo enche: Deus sempre presente naqueles que o aceitam nas suas vidas e alimentam a fé nessa presença!..

Com Cristo, Deus não nos dá alguma coisa, um bem por mais precioso que seja, uma graça, mas Deus dá-se a si mesmo. É isto o que a Liturgia do Natal nos quer dizer, através dos Salmos diversos e das 12 leituras que proclamamos entre a Missa do Galo, a Missa da Aurora, e Missa do dia. Todas elas nos querem dizer que a vinda de Cristo não é devida ao poder do homem, que nós não o podemos gerar pelo processo natural dos mecanismos biológicos. Significa isso sim que o homem não pode produzir a Deus, mas significa também que Deus vem ultrapassar os nossos limites. Com Cristo, a Aliança não é apenas um contrato entre dois parceiros que se comprometem um com o outro, mas ela torna-se uma unidade entre dois parceiros, Deus e o homem. Recebemos a possibilidade de tornarmo-nos como Deus, porque Deus se tornou homem (Salmo 8). Vontade de assemelhar-se e de unidade que caracteriza o modo de proceder de Deus: nós chamamos a este encontro e aliança Amor.
 O nascimento de Jesus acontece como qualquer outro nascimento. Não houve milagres. Para não chegarmos muito perto de nós o prodígio desconcertante do Verbo de Deus feito menino, nós sobrecarregamos a celebração do Natal de quantidade de costumes e tradições muito próprios para desviar o nosso olhar e a nossa atenção da mensagem que nos traz o acontecimento do nascimento deste Menino. São: o Pai Natal, as prendas do Natal, a Noite de Natal. Tudo isto teria um valor relativo, se não estivesse associado ao essencial: as núpcias de Deus com a humanidade: “o teu autor te desposará”. Com Cristo, em Cristo e por Cristo, nós fazemos com Deus uma só carne. Em Cristo, nós seremos um só corpo. O corpo desta criança do presépio carrega com a humanidade inteira. Não é sem intenção que Lucas faz nascer Jesus num momento histórico em que se faz o recenseamento de toda a terra. Mateus faz que venham ao presépio os habitantes de longe, do Oriente. Eis juntos os judeus e os pagãos, os pobres representados pelo pastores e os ricos representados pelos Magos. Um pormenor surpreendente. Por ocasião do nascimento de Jesus, os evangelhos não citam nenhuma palavra de José e de Maria. A primeira mulher Eva era muito prolixa (Gen4,1). Por ocasião do seu primogénito dizia: eu adquiri um homem para Javé. Maria fica muda mas conserva todas as coisas no coração. É que com esta criança, palavra que etimologicamente significa sem palavra, tudo é dito e ela é. ao mesmo tempo, a palavra divina e humana.

UMA CRIANÇA NASCEU, UM FILHO NOS FOI DADO. Quem diria que o nosso Deus, Aquele que, tantas vezes, invocamos como poderoso e até como todo-poderoso viesse a incarnar num ser tão frágil, como é uma criança, um recém-nascido? Deus em Jesus se põe ao nosso dispor, com necessidade de ser acolhido por toda a comunidade humana para sobreviver e depois para crescer. O Verbo de Deus, a Palavra de Deus é verdadeiramente divina, quando Ela se esconde e se pronuncia nas palavras dos homens. Mas atenção. Um compromisso para todos nós neste Natal 2015 em que celebramos o nascimento de Cristo: Nascimento de Cristo, nosso renascimento e este ano, com mais razão, porque é o Ano da Misericórdia! Isto é: nascimento de Jesus, meu renascimento, para uma vida entregue a Deus e aos irmãos!.. Ajudemo-nos, para a nossa reconciliação interior e para nos reconciliarmos uns com os outros, com o Sacramento da Misericórdia que é a Confissão dos Pecados ou Sacramento de Penitência. UM BOM NATAL.


P. José Augusto Alves de Sousa,sj

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O povo que andava nas trevas viu uma grande Luz

 «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is 9, 1)

Que a alegria, o Amor e a paz do Natal conduzam as nossas vidas e os nossos gestos e encham os nossos corações de Esperança e Luz.

                 A Comunidade dos Padres Jesuítas deseja-lhe um Santo e Feliz Natal 




quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

A Caminho do Presépio

 

O Presépio somos nós! É dentro de nós que Jesus nasce:

Dentro destes gestos que, em igual medida, a esperança e a sombra revestem,
Dentro das nossas palavras e do seu tráfego sonâmbulo,
Dentro do riso e da hesitação,
Dentro do dom e da demora,
Dentro do redemoinho e da prece,
Dentro daquilo que não soubemos ou ainda não tentamos.

O Presépio somos nós! É dentro de nós que Jesus nasce:

Dentro de cada idade e estação,
Dentro de cada encontro e de cada perda,
Dentro do que cresce e do que se derruba,
Dentro da pedra e do voo,
Dentro do que em nós atravessa a água ou atravessa o fogo,
Dentro da viagem e do caminho que sem saída parece.

O Presépio somos nós! É dentro de nós que Jesus nasce:

Dentro da alegria e da nudez do tempo,
Dentro do calor da casa e do relento imprevisto,
Dentro do declive e da planura,
Dentro da lâmpada e do grito,
Dentro da sede e da fonte,
Dentro do agora e dentro do eterno!


José Tolentino Mendonça

domingo, 20 de dezembro de 2015

IV Domingo do Advento - ACOLHIMENTO- A Alegria de Maria

Isabel disse a Maria: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor». 
Cf. Lc 1, 39-45

O Evangelho apresenta-nos a figura de Maria e nela a capacidade de acolher Deus, de dizer sim para que Ele habite no meio de nós.
Maria parte para uma cidade de Judá ao encontro de Isabel. Toda a sua vida é um permanente acolher e a sua missão desenvolve-se num constante partir.
Olhando o Seu exemplo podemos acolher Deus e fazer com que Ele perma­neça na nossa vida. Podemos ser solidários com o sofrimento alheio e tentar apoiar essas pessoas nas suas dificuldades.
E nós? Na nossa Comunidade paroquial estamos despertos e comprometidos com as necessidades de cada um?

«Isabel mostra que a raiz de toda esta alegria é a fé: “Feliz de ti que acreditaste”! Exalta a grandeza da fé de Maria que aceita tornar-se morada de Deus e colaborar com Ele para a salvação do mundo através da sua maternidade.»
              D. António Marto, Maria, Mãe de Ternura e de Misericórdia, nº 6

PARA O CAMINHO… O ACOLHIMENTO

Reza todos os dias a oração proposta

Ao aproximarmo-nos do Natal, dá beleza ao presépio com a frase: Glória a Deus nas alturas!
Esta semana no caminho que conduz à gruta, coloca a imagem de Maria que transporta no seu seio o Deus Menino

Partilha a alegria do Natal com outras pessoas, escrevendo por exemplo um postal de Natal para dizeres dessa alegria a alguém que te seja próximo.

Celebra em comunidade a Eucaristia de Natal: Missa do Galo à meia-noite.
Dia de Natal às 9:00 em S. João de Malta, às 11:30h ou 19:00h em S. Tiago


ORAÇÃO EM FAMÍLIA
A minha alma glorifica o Senhor *
E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva: *

De hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: *
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração *

Sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço *
E dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos *
E exaltou os humildes.

Aos famintos encheu de bens *
E aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo, *

Lembrado da sua misericórdia,
Como tinha prometido a nossos pais, *

A Abraão e à sua descendência para sempre.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo…
        
Fontes de ajuda: caminhadas de advento

IV Domingo do Advento


Papa aponta três lugares de deslumbramento para viver o Natal:
O outro, a história, a Igreja

O papa afirmou hoje, no Vaticano, nas palavras que proferiu antes da oração do "Angelus", que para «celebrar de modo proveitoso o Natal» os cristãos são chamados a contemplar os três lugares «do deslumbramento.
«O primeiro lugar é o outro, em quem reconhecer um irmão, porque desde que aconteceu o Natal de Jesus, em cada rosto está impressa a semelhança do Filho de Deus. Sobretudo quando é o rosto do pobre, porque como pobre Deus entrou no mundo, e dos pobres, antes de tudo, se deixou aproximar.
Um outro lugar em que, se olharmos com fé, experimentamos deslumbramento é a história. O segundo. Muitas vezes acreditamos vê-la através da perspetiva correta, e em vez disso arriscamo-nos a lê-la ao contrário. Acontece, por exemplo, quando ela nos parece determinada pela economia de mercado, regulada pela finança e pelos negócios, dominada pelos poderes de turno.
O Deus de Natal é, em vez disso, um Deu que "baralha o jogo" (Ele gosta de o fazer!): como canta Maria no "Magnificat", é o Senhor que inverte os poderosos dos tronos e levanta os humildes, enche de bens os famintos e deixa os ricos de mãos vazias. Este é o segundo lugar de deslumbramento, o da história.
Um terceiro lugar do deslumbramento é a Igreja: olhá-la com o deslumbramento da fé significa não limitar-se a considerá-la apenas como instituição religiosa, que o é, mas senti-la como uma mãe que, apesar de entre manchas e rugas (temos tantas), deixa transparecer os traços da esposa amada e purificada por Cristo Senhor.
Uma Igreja que sabe reconhecer os muitos sinais de amor fiel que Deus continuamente lhe envia. Uma Igreja para a qual o Senhor Jesus não será nunca uma posse a defender ciumentamente - quem o faz, está errado -, mas será sempre aquele que lhe vem ao encontro e que sabe esperar com confiança e alegria, dando voz à esperança do mundo, a Igreja que diz: "Vem, Senhor Jesus!". A Igreja que tem sempre as portas abertas e os braços abertos (...).
No Natal Deus dá-nos todo a si mesmo, dando o seu Filho, o único, que é toda a sua alegria. E só com o coração de Maria, a humilde e pobre filha de Sião, tornada Mãe do Filho do Altíssimo, é possível exultar e alegrar-se pelo grande dom de Deus e pela sua imprevista surpresa.
Que ela nos ajude a entender o deslumbramento - estes três deslumbramentos: o outro, a história e a Igreja - pelo nascimento de Jesus, o dom dos dons, o presente imerecido que nos traz a salvação, que nos faça também sentir este deslumbramento no encontro com Jesus.»
Após a oração do Angelus, dedicada à Virgem Maria, Francisco saudou as crianças que se deslocaram à Praça de S. Pedro para a bênção das imagens do Menino Jesus que são colocadas nos presépios de suas casas.
«Quando rezardes diante do vosso presépio, recordai-vos também de mim, como eu me recordo de vós. Agradeço-vos, e bom Natal!», disse Francisco, que também pediu orações pela Síria, Líbia, Costa Rica e Nicarágua.

Rui Jorge Martins
Publicado em 20.12.2015


domingo, 13 de dezembro de 2015

III Domingo do Advento - Domingo da Alegria

CAMINHAMOS AO ENCONTRO
DA ALEGRIA




INFORMAÇÕES ÚTEIS

Neste 2º. Domingo do mês, faremos um peditório especial à porta da Igreja para as obras da Igreja de S. Tiago e da Capela de S. João de Malta. Desde já o nosso muito obrigado pela vossa generosidade.

Continua aberta no átrio de entrada da nossa Paróquia a pequena Venda de Natal. Agradecemos a vossa visita.  

No próximo sábado, dia 19 de dezembro, teremos às 16.30 celebração do Sacramento da Reconciliação para os meninos e meninas da Catequese e seus pais. A Eucaristia será às 18.00 horas seguida da Ceia de Natal da nossa Comunidade paroquial. Agradecemos que se inscrevam para a Ceia na Secretaria Paroquial.

O Curso de Bíblia começará no dia 5 de janeiro, na sessão da noite 21.00 às 23.00 horas ou no dia 6 de janeiro, na sessão da tarde 16.00 às 18.00 horas. As inscrições estão abertas na Secretaria Paroquial ou no próprio dia.


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

I Domingo do Advento - Ano da Misericórdia



Vivamos a esperança de um Advento, que o Senhor de novo nos oferece. Façamo-nos próximos e restituiremos a nós próprios e aos outros a certeza de que Jesus está próximo, vive em cada um de nós, nasce em cada um de nós.

ANO DA MISERICÓRDIA - ORAÇÃO  

Senhor Jesus Cristo,
Vós que nos ensinastes a ser misericordiosos como o Pai celeste,
e nos dissestes que quem Vos vê, vê a Ele.
Mostrai-nos o Vosso rosto e seremos salvos.
O Vosso olhar amoroso libertou Zaqueu e Mateus da escravidão do dinheiro;
a adúltera e Madalena de colocar a felicidade apenas numa criatura;
fez Pedro chorar depois da traição,
e assegurou o Paraíso ao ladrão arrependido.
Fazei que cada um de nós considere como dirigida a si mesmo as palavras que dissestes à mulher samaritana:
Se tu conhecesses o dom de Deus!

Vós sois o rosto visível do Pai invisível,
do Deus que manifesta sua omnipotência sobretudo com o perdão e a misericórdia:
fazei que a Igreja seja no mundo o rosto visível de Vós, seu Senhor, ressuscitado e na glória.
Vós quisestes que os Vossos ministros fossem também eles revestidos de fraqueza
para sentirem justa compaixão por aqueles que estão na ignorância e no erro:
fazei que todos os que se aproximarem de cada um deles se sintam esperados, amados e perdoados por Deus.

Enviai o Vosso Espírito e consagrai-nos a todos com a sua unção
para que o Jubileu da Misericórdia seja um ano de graça do Senhor
e a Vossa Igreja possa, com renovado entusiasmo, levar aos pobres a alegre mensagem
proclamar aos cativos e oprimidos a libertação 
e aos cegos restaurar a vista.


Nós Vo-lo pedimos por intercessão de Maria, Mãe de Misericórdia,
a Vós que viveis e reinais com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.
Ámen

Papa Francisco


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo


A SOBERANIA DO AMOR
«O Senhor Reina». […] Na verdade, reinar é salvar, isto é, trazer a prosperidade, o bem-estar e a alegria ao seu Povo. É esta a missão do rei bíblico. Salvar é justificar. Justificar é, no seu sentido mais profundo, transformar um pecador em justo. Justificar é, portanto, perdoar. Neste profundo sentido bíblico, justificar e perdoar são ações que só Deus pode fazer, dado que, transformar um pecador em justo é igual a criar ou recriar. E da ação de criar também só Deus é o sujeito em toda a Escritura. Já se sabe que o Novo Testamento transforma o ativo «Deus Reina» no mais abstrato «Reino de Deus».

D. António Couto


domingo, 8 de novembro de 2015

XXXII Domingo do Tempo Comum


O Evangelho deste Domingo XXXII do Tempo Comum, Marcos 12,38-44, põe em cena e em claro destaque uma viúva pobre que dá a Deus a sua vida toda, em contraponto com os escribas e muitos outros, que fazem bom teatro religioso (não é o caso do escriba do Domingo passado). Excelente inclusão literária no Evangelho de Marcos: da primeira vez que Jesus aparece a ensinar em público, neste Evangelho, o povo exclama: «Este ensina com autoridade, e não como os escribas!» (Marcos 1,22); a terminar a sua actividade pública neste Evangelho, é Jesus que mostra bem que não é como os escribas (Marcos 12,38-40). A cena central passa-se no átrio das mulheres do Templo de Jerusalém, num lugar chamado «Casa do Tesouro» (bêt ha-gazît) (Marcos 12,41-44). Muita gente deitava aí muito do que lhe sobrava, mas a viúva pobre deu «tudo quanto tinha, a sua vida toda!». Fio de sentido que liga este episódio ao que já encontrámos no Primeiro Livro dos Reis 17,10-16.
O Evangelho refere que a viúva é pobre. Duplamente desfavorecida, portanto. Enquanto viúva e enquanto pobre. Mas a tecla que soa mais forte, é que deu tudo, ainda que tenha dado pouco. O acento não está posto na quantidade, mas na totalidade. É bom que, observando bem esta cena exemplar, aprendamos a passar da mera ajuda para o dom de nós mesmos. Dom total. O discípulo de Jesus, à maneira de Jesus, deve pôr em jogo a própria vida, e não simplesmente os adereços. Tudo, e não apenas o supérfluo. Dar o que sobra não tem a marca de Deus, não é fazer a verdadeira memória de Jesus, que se entregou a si mesmo por nós (Efésios 5,2), por mim (Gálatas 2,20). O supérfluo deixa a vida intacta. O dom de si mesmo transforma a vida para sempre. A marca deste dom é a totalidade e a definitividade.
Dar a vida toda ou entreter-se com os adereços, eis a verdadeira questão, meu irmão de Domingo.

D. António Couto


Informações uteis


sábado, 17 de outubro de 2015

Dia Mundial das Missões - Compromisso dos catequistas


Foi com alegria que, no início deste ano, os catequistas, acolheram na Eucaristia as crianças e jovens que a Comunidade lhes confia, para as ajudarem a crescer na fé e no amor a Jesus. A nossa Paróquia assinalou assim, o dia Mundial das Missões, com o compromisso dos catequistas.
MISSÃO É SERVIR, recorda-nos o Papa Francisco e por isso todos pudemos experimentar o ideal do caminho missionário.   
O Pároco, padre Rafael Morão sj, salientou e agradeceu a disponibilidade dos catequistas, que ano após ano abdicam de um pouco da sua vida pessoal para responder ao compromisso assumido.




quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Inicio da Catequese



Continuamos a receber inscrições na secretaria da Paróquia

de 3ª- a 6ª. feira 


9:30 - 12:30 

15:30 - 18:00





sábado, 19 de setembro de 2015

Memória…capacidade de reter o que passou….lembrança, recordação…registo de uma vida!

O livro é grande, porque grande é a sua história, ou histórias, espalhadas pelo tempo, 44 anos, e por isso, apesar de grande não as esgota”!

P. Francisco Rodrigues, s.j.


Ontem, ao final da tarde, o auditório do Centro Hospitalar da Cova da Beira foi pequeno para acolher a quantidade de amigos que quiseram estar presentes na apresentação do livro “1960 – 2004 Memórias de um Jesuíta Missionário em Moçambique”!
O Padre José Augusto Alves de Sousa, s.j., neste seu livro, partilha a experiência de uma vida, mais de quarenta anos vividos em missão! Este Homem, sereno, doce, grandioso e de uma enorme generosidade, conta-nos como viveu a história de um Povo e como essa vivência o enriqueceu!
Também nós ficamos mais ricos por podermos viver estes momentos e aprender tanto! Padre Sousa, parabéns e muito obrigada


sexta-feira, 31 de julho de 2015

domingo, 19 de julho de 2015

XVI Domingo do tempo Comum


ATRAÍDOS POR JESUS

O Papa Francisco, na Evangelii Gaudium convida-nos a renovar o nosso encontro com Jesus Cristo: “ Convido cada cristão, em qualquer lugar e situação em que se encontre, a renovar agora mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, ao menos, a tomar a decisão de deixar-se encontrar por Ele e de tentar este encontro, cada dia, sem descanso”. Temos ocasião de renovar e aprofundar este encontro Jesus Cristo na meditação das leituras de cada Domingo. Hoje a liturgia apresenta-nos estas leituras: Jeremias 23, 1-6; Efésios 2, 13-18; Marcos 6,30-34.

Depois da azáfama Missionária o descanso: Jesus revela uma ternura capaz de comover com respeito aos discípulos, porque confia nelas a missão e, depois da missão, acolhe com entusiasmo as suas partilhas apostólicas entusiasmadas: as alegrias de se verem acolhidos pelas pessoas, as peripécias que encontraram pelo caminho, os sucessos manifestados no regresso, no entusiasmo com que cada um contava a sua experiência. Mas neste afã de contar tudo em pormenor, imediatamente Jesus se apercebeu que agora é preciso um descanso e Ele próprio proporciona-lhes esse descanso. Sobem para a barca ao encontro dum lugar desértico. Jesus quer escutá-los com calma e, por isso, convida-os a retirarem-se para um sítio tranquilo. Aplicando à nossa vida concreta esta atitude de Jesus, não deixemos de o contemplar neste cuidado maternal para com aqueles e aquelas, numa palavra, para com todos nós que procuramos, no quotidiano da vida, anunciá-Lo em palavras e obras. As nossas iniciativas apostólicas, os nossos projectos que não salvaguardarem espaços de silêncio, de oração, para estamos a sós com o Senhor, correm o risco de serem ditadas por critérios humanos ou então, com diz Paulo em Gal.2,2 de “estarmos a correr ou de termos corrido em vão”. 

Da dispersão à unidade, Jesus o ponto terminal, é o tema maior das três leituras mencionadas. Na primeira leitura, Deus queixa-se dos pastores de Israel que, em vez de reunirem as ovelhas, concorreram para a sua dispersão. E, então, o Senhor diz: “Eu mesmo reunirei as ovelhas de todas as terras, onde se dispersaram e as farei voltar às suas pastagens para que cresçam e se multipliquem.” E, na segunda leitura, Paulo diz: “Cristo é a nossa paz”. Foi Ele que fez de Judeus e Gregos um só povo e derrubou os muros da inimizade. No Evangelho, segundo Marcos, Jesus ao desembarcar para descansar um pouco, juntamente com seus discípulos, espera-o uma quantidade de gente que lhe deita por terra todos os planos. De todos as aldeias correm para se encontrar com Ele e já não é possível aquele encontro com os discípulos, um encontro merecedor dum repouso duma sesta feliz. Aqui, olhemos para Jesus e vejamos como reage. Jesus reage com uma reacção emotiva expressa pelo verbo grego splangknízomai que exprime um sentimento de compaixão tão intenso que só pode ser experimentado por Deus. (Fernando Armelini) Na Bíblia exprime o gesto terno do Senhor que se inclina diante do ferido para lhe ligar as feridas. É a ternura de Deus, o amor de Deus: compadeceu-se daquela gente que eram como ovelhas sem pastor diante das ovelhas sem Pastor O Senhor afectado pela fadiga dos Apóstolos, convida-os para um repouso num lugar sossegado, mas como a multidão vem ao seu encontro, muda de ideias, de projectos. E contemplemo-lo como vimos meditando, cheio de compaixão. Tudo isto nos leva a reflectir sobre a incarnação. Deus não se contentou de tomar a forma humana. Ele fez-se homem com toda vulnerabilidade emotiva e afectiva. Ele alegra-se com as ovelhas encontradas. A princípio Deus criou a diversidade (criou-os homem e mulher) à imagem da própria vida de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. No novo Testamento, Jesus é o centro da atracção á volta do quem os homens se reúnem e para o qual tudo converge. É recapitulação como diz S. Paulo. Jesus é, por assim dizer o ponto terminal do grande itinerário bíblico (Marcel Domegue). Tudo converge para Ele: O Antigo Testamento e o Novo Testamento.

Jesus atrai-nos. Para este encontro pessoal com Jesus, como deseja para cada um de nós o Papa Francisco, conta a atracão que sentimos por Jesus. Mas esta atracção, por ventura, espontânea, é apenas um ponto de partida. É, certamente necessária, como primeiro passo, mas podíamos considerá-la um tanto quanto ingénua, porque motivada, por vezes, pelas curas e milagres de Jesus, pela sua palavra doce e suave, uma palavra nova que abre espaços de liberdade. E quem não se sente atraído pela mesma figura de Jesus que vem dos Evangelhos e que serviu de inspiração a tantas telas dos maiores pintores? Contudo, esta atracção vai exigir sempre um conhecimento interno de Jesus, como diz Santo Inácio nos Exercícios Espirituais, para que eu me sinta atraído por Ele e O siga de verdade. E segui-Lo, verdade, consiste em me deixar atrair por Ele pregado na Cruz. É o próprio Jesus quem no-lo diz no Evangelho de S. João: “quando for levantado da cruz atrairei a Mim todos os homens” Olhar para Jesus na cruz e segui-Lo, deste modo, é o cume da atracção por Ele. A esta atracção me conduzem as três leituras deste Domingo.

P. José Augusto Alves de Sousa, sj

sexta-feira, 10 de julho de 2015

XV Domingo do tempo Comum

DEUS ESCOLHE QUEM QUER, COMO QUER E DONDE QUER


As três leituras da Liturgia deste Domingo (Amós7,12-15; Efésios1,3-14; Marcos 6,7-13) referem-se ao tema da escolha, da vocação. Amós, Israel, os discípulos de Cristo, os Doze Apóstolos são postos à parte, porque escolhidos por Deus para uma missão. Deste modo, aparece uma certa tensão entre alguns, aqueles que são escolhidos e todos os demais que, embora sendo também escolhidos, não o são do mesmo modo. Deus escolhe quem quer, donde quer e como quer. A sua escolha é graça! Tudo isto está patente na vocação de Amós, onde Deus é que tem a iniciativa e o mesmo sucede na vocação dos discípulos e dos Doze Apóstolos. É o Senhor, pois, quem os escolhe quem os chama e quem os envia com uma tríplice missão: pregar a conversão, expulsar os demónios e curar os enfermos.

Enviados dois a dois: Depois de os chamar, Jesus envia-os dois a dois como requisito, para que possam ser credíveis, como anunciadores e testemunhas da verdade. A missão sai, pois de Cristo, através duma comunidade e volta à comunidade para expressão comunitária da alegria do Evangelho que progride em e através duma comunidade. Podemos deleitar-nos, aqui, com a leitura do Evangelho de S. Lucas, onde Jesus e os discípulos exprimem uma grande alegria, porque depois da Missão, eles vêem Satanás cair do Céu. Jesus chama-os à parte para celebrarem, juntos, essa alegria do Evangelho (Lucas 10, 17-20). E Paulo, para começar a sua missão em Corinto, seguindo o conselho de Cristo, não a quis iniciar sozinho sem que viesse de Éfeso Silas e Timóteo destinados a trabalhar com ele, na primeira evangelização dos Coríntios. Estes alguns são chamados em vista da realização do projecto de Deus: “ atrair todo o Universo para Cristo, isto é, reunir todos os homens sob um só chefe, sob uma só cabeça, Jesus Cristo”.

Relação, comunicação: As consignas de Jesus dadas aos enviados vão no sentido de que eles não deixem de tomar contacto com as pessoas. Deste contacto nascerá a relação, a partilha, a convivência, tudo isto, o sinal da unidade do Pai do Filho e do Espírito Santo. São convidados a viverem esta realidade depositada por Deus nos corações, mesmo antes de a compreenderam pelo anúncio do Evangelho: “colhereis onde não semeaste”!.. Trata-se, no anúncio do Evangelho de despertar algo que já se encontra nos destinatários significado pelas famosas ”Sementes do Verbo” de que fala o Vaticano II. Trata-se de conduzir à sua fecundidade tudo o que já está naqueles que evangelizamos. Relação e comunicação são, por isso, a pedra fundamental do primeiro anúncio do Evangelho.

Um estilo de vida: Jesus não escolhe os seus discípulos de qualquer maneira. Para colaborar no seu projecto de Reino de Deus e prolongar a sua missão, é necessário cuidar dum estilo de vida. Se assim não fosse, os discípulos poderiam fazer muitas coisas e até coisas muito boas, mas não introduziriam no mundo o Espírito de Cristo, o fim do envio e da missão. Mas em que é que se caracteriza este estilo de vida? Marcos diz que Jesus os envia. É esta a primeira condição: ser enviado por Jesus. Notemos, porém que, neste envio, não lhes dá poder sobre as pessoas que irão encontrar pelo caminho, mas envia-os como quem tem autoridade sobre os espíritos impuros, isto é, sobre aquelas forças negativas que impedem os homens de serem pessoas, as forças que escravizam e desumanizam, os homens. Expulsar os demónios significa restituir ao homem a sua integridade, a sua dignidade, a sua verdade. Não utilizarão o seu poder para governar, mas para curar, aliviar os sofrimentos, mitigá-los. Levarão bastão e sandálias, porque Jesus os imagina como caminhantes e nunca instalados. Sempre a caminho!.. O bastão é para os ajudar a caminhar e para os tornar presentes, onda haja quem necessita ajuda. E nem sequer levarão pão, alforge ou dinheiro para não estarem obcecados com a própria segurança. Levarão consigo algo muito mais importante: o Espírito de Jesus, a sua Palavra e a sua Autoridade para que possam humanizar a vida das gentes.

De mãos vazias: os enviados vão despojados de tudo e, portanto, sem poder. São totalmente dependentes das pessoas que encontram, mesmo para a sua subsistência. Não se trata de testemunharem uma espécie de heroísmo apostólico, mas duma necessidade para que os destinatários do Evangelho não sejam influenciados nem pelo prestígio, nem pela riqueza dos enviados. Paulo irá ainda mais longe, ao pedir a pobreza da linguagem “ a fim de que a fé não repouse na sabedoria dos homens, mas sobre o poder de Deus (1.Cor.2,1-5). Não podendo apoiar-se sobre eles próprios, os Apóstolos não poderão apoiar-se senão em Deus. Mas então brilhará na fraqueza dos mensageiros o poder de Deus. Meditávamos no Domingo passado o que Jesus dizia a Paulo: “basta-te a minha graça porque é na fraqueza que se manifesta todo o meu poder. De boa vontade, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que habite em mim o poder de Cristo… quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor.12, 7-10).

P. José Augusto Alves de Sousa, sj


domingo, 5 de julho de 2015

XIV Domingo do tempo Comum

 JESUS EM NAZARÉ. COMO O ACOLHERAM OS SEUS CONTERRÂNEOS? 
COMO O ACOLHEMOS NÓS?

Duccio

No Domingo passado, acompanhamos Jesus, de volta a Cafarnaum, de regresso da terra estrangeira, a terra dos gadarenos (Mt.28-34). Pelo caminho, vêm ter com ele, Jairo e a mulher que sofre de fluxo de sangue. Jairo pede a cura para sua filha e a mulher fica-se por tocar as vestes de Jesus, pois pensa que, desse modo, ficará curada. Ao princípio, estes encontros, tanto num como noutro caso, resultam numa cura. Mas, depois, tais encontros, ao serem seguidos duma palavra de comunhão entre Jesus e os intervenientes, operam uma cura ainda mais profunda, a salvação que nos traz a fé na pessoa de Jesus. Foi necessária uma palavra de comunhão e de aliança, para que a fé se tornasse uma realidade, um encontro!..

Hoje, contemplamos Jesus em Nazaré. Antes desta ida de Jesus a Nazaré, os seus familiares, já um dia, o tentam convencer a voltar à família para retomar o seu trabalho de carpinteiro. Nessa altura, Jesus dirigindo o olhar para aqueles que estavam à sua volta para o ouvir, exclama: “Aí estão minha mãe e meus irmãos. Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt.3, 31-35). Agora, como lemos no Evangelho de hoje, por sua iniciativa, Jesus volta a Nazaré para apresentar à antiga família (a família de sangue), a sua nova família composta por todos aqueles e aquelas que responderam e respondem ao seu chamamento; são os discípulos, que deixaram as redes, que deixaram o passado e se puseram a segui-lo, e são todos os que ontem e hoje, se predispõem a fazer o mesmo. E nós, com eles!.. Com eles, Jesus vai abrir a “Casa de Israel” a todos! E este é o escândalo dos seus conterrâneos e também o nosso, quando nos refugiamos numa cultura ou numa comunidade e não damos espaço a outras realidades.  
Jesus está, pois, na sua terra. Pensávamos que seria bem recebido e que as gentes da Nazaré, onde vivera, se orgulhassem por Ele ter crescido no seu seio. Mas no encontro com a sua antiga família, o evangelista Marcos no-lo apresenta como um Sábio desconhecido para os seus conterrâneos, um Profeta desprezado, um Médico incapaz de curar.

Compreendemos agora, mais facilmente, que os estrangeiros, junto dos quais Jesus libertou um homem acorrentado por uma legião de demónios, o não tenham acolhido e, com medo, lhe peçam para os deixar e abandonar a sua terra. Preferem viver na paz em que sempre viveram e que ninguém os incomode.
Mas em Nazaré, na sua terra, Jesus é rejeitado pelo seu povo! Ele é  a imagem dum desconhecido: quem é este? Não é ele o carpinteiro? Esta narração não deixa de ser surpreendente. Jesus é rejeitado, precisamente em seu próprio povo, entre aqueles que criam conhecê-lo melhor do que ninguém. Ele chega a Nazaré acompanhado de seus discípulos e ninguém sai ao seu encontro como sucede noutros lugares E pior ainda. Nem sequer lhe apresentam os enfermos da aldeia para que os cure. A sua presença somente desperta o assombro e nada mais!..
Não pôde fazer ali nenhum milagre. Estamos habituados a ver a Deus que pode tudo, que gere tudo e ao qual nada escapa. Assim, podemos dizer que o escândalo da Encarnação, o facto de Deus se fazer homem se agrava com a leitura do texto da liturgia de hoje. Pois nele, se diz: não pôde fazer ali nenhum milagre. Gostaríamos de dizer: Jesus quereria dar a vida, saúde, integridade… Mas Ele não é totalmente senhor da sua acção dos seus dons. O dom é assunto de aliança. É necessário haver dois: um eu e um tu para que haja lugar para aliança. Aquele que dá e aquele que aceita na fé, que recebe. Logo, ele de facto não pode tudo; não pode contra a nossa vontade. O texto diz ainda: “ele se admirou-se com a sua falta de fé” Ele constata o facto e aprende... Em Mateus 14, Ele aprende a notícia da morte de João Baptista. Quer isto dizer. Deus pode tudo, se a liberdade do homem lhe abre um caminho e nada pode sem essa abertura. É o mistério da nossa liberdade que Deus respeita, porque nos fez livres e não escravos.

Aceitamo-lo assim nas nossas comunidades, na nossa Igreja? Marcos não nos narra a ida de Jesus a Nazaré para nossa curiosidade, mas para advertir as comunidades cristãs que Jesus pode ser rejeitado precisamente por aqueles que crêem conhece-lo melhor do que os outros. Todos aqueles que se fecham nas suas ideias preconcebidas, correm o perigo de não se abrir à novidade da sua mensagem e ao mistério da sua pessoa.
A Casa de Israel fechou-se, mas a Igreja, novo Povo de Deus, nova morada de Deus com seu Povo, tem que abrir as suas portas para nela entrarem todos os homens e mulheres, sem acepção de pessoas.
P. José Augusto Alves de Sousa, sj