segunda-feira, 3 de abril de 2017

Quaresma V Domingo


A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO


«O Evangelho deste domingo de Quaresma narra a ressurreição de Lázaro. É o ápice dos “sinais” feitos por Jesus: é um gesto muito grande, claramente divino para ser tolerado pelos sumos-sacerdotes, os quais, sabendo do fato, tomaram a decisão de matar Jesus.
Lázaro já estava morto há três dias, quando chega Jesus; e às irmãs Marta e Maria Ele disse palavras que ficaram gravadas para sempre na memória da comunidade cristã: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11, 25). Diante do túmulo lacrado do amigo Lázaro, Jesus “exclamou em voz forte: Lázaro, vem para fora”. O morto saiu, atado de mãos e pés com os lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano. Este grito peremptório é dirigido a cada homem, porque todos estamos marcados pela morte, todos nós; é a voz Daquele que é o Senhor da vida e quer que todos “a tenham em abundância” (Jo 10, 10). Cristo não se conforma com os túmulos que construímos para nós com as nossas escolhas do mal e da morte, com os nossos erros, com os nossos pecados. Ele convida-nos, quase nos ordena, a sair do túmulo em que os nossos pecados nos afundaram. Chama-nos com insistência para sairmos da escuridão da prisão em que nos fechamos. “Vem para fora!”, diz-nos, “Vem para fora!”. 
É um belo convite à verdadeira liberdade, a deixar-nos agarrar por estas palavras de Jesus que hoje repete a cada um de nós. Um convite a deixar-nos livrar das “ataduras”, do orgulho. Porque o orgulho faz-nos escravos, escravos de nós mesmos, escravos de tantos ídolos, de tantas coisas. A nossa ressurreição começa aqui: quando decidimos obedecer a esta ordem de Jesus saindo para a luz, para a vida; quando da nossa face caem as máscaras e nós reencontramos a coragem da nossa face original, criada à imagem e semelhança de Deus.
O gesto de Jesus que ressuscita Lázaro mostra até onde pode chegar a força da Graça de Deus e também até onde pode chegar a nossa conversão, a nossa mudança. Mas ouçam bem: não há limite algum para a misericórdia divina oferecida a todos! Lembrem-se bem desta frase. E possamos dizê-la todos juntos: “Não há limite algum para a misericórdia de Deus oferecida a todos”. O Senhor está sempre pronto para levantar a pedra do túmulo que nos separa Dele, a luz dos vivos.»

Papa Francisco - Praça São Pedro – Vaticano
ANGELUS em V domingo da quaresma





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